quinta-feira, 20 de agosto de 2015

IGBAS

IGBAS OU ASSENTAMENTOS

Você não dá osé em seu Igbá há muito tempo, quando virá para a roça pra isso? Meu filho, seu igbá está coberto de pó, sua quartinha sem água, cadê sua responsabilidade? Como assim levar o igbá pra sua casa, perdeu o juízo? Você se desentendeu com seu irmão de santo e agora quer ir pra outra casa e montar outro Igbá, onde aprendeu isso meu filho?
Pois é, parece piada, mas não é, tudo isso acontece nos dias de hoje, e é inadmissível o quanto as pessoas estão falhando em zêlo com seu Òrìsà, sim, com seu Òrìsà, embora muitos digam o contrário, ele está ali, ele vive ali, é ali que ele nasceu, é ali que ele se alimenta do sagrado, é ali que está todo o movimento de energia que ele já passou e virá a passar ou receber.
Pedra parada é apenas uma pedra, já pedra encantada e adorada, é Òrìsà. Vemos hoje em dia pessoas se afastando de uma casa e indo pra outra, às vezes até mesmo por orientação do próprio Bàbálòrìsà ou Ìyálòrìsà que irá se cuidar a partir deste momento, dizendo que montará outro Igbá. Sem querer polemizar e nem se aprofundar tanto no assunto, pois existem casos e casos, é importante dizer que o Igbá que foi assentado em nossas feituras tem muita representação, tem muita energia que o acompanha, ele representa seu renascimento e esta energia é presente em tudo o que aconteceu para seu assentamento e irá se fortalecer cada dia mais conforme alimentado de vivência e história, além claro de oros e muitas folhas rezadas.
Primeiramente, toda aquela correria para se conseguir tudo, todo aquele amor na escolha de muitos pertences, a dedicação de quem encomendou a ferramenta, perdendo horas para apurar, com carinho, com zelo, para alegrar Òrìsà. Depois, é importante saber que com certeza você fez seu santo com muito amor, suou para conseguir tudo. Chegando então na parte principal, ali seu Òrìsà foi encantado, ali ele levou sua primeira folha, sua primeira reza, seu primeiro Asè. Ali foi plantada sua raiz! E uma raiz só dará bons frutos firme em seu solo.
É preciso ressaltar também que o igbá é um lugar para se zelar, para se acreditar, para se conversar, ter atenção, limpar e até mesmo desabafar, conversar com seu Òrìsà. Este é o lugar onde você faz as oferendas para o seu Òrìsà, faz seus pedidos e agradecimentos, suas confissões. Seu igbá é importantíssimo e é sua ligação com seu Òrìsà. Vale ainda dizer que, todo este zelo, cuidado e crença refletirá na vida de seu dono.
Se não cuidamos, se não zelamos, se não alimentamos, se não acreditamos e principalmente, se desfazemos dos mesmos, Òrìsà se distanciará da gente, pois de certo nossa fé está abalada, e no caso de um novo igbá seria o mesmo que iniciar tudo novamente. Ah, mas Òrìsà é um vento, sim, você pode até pensar assim, mas e toda essa história? E toda essa energia existente em todos os atos passados? Serão apagadas? Lembramos que o asè do candomblé é feito de história, história de repetições, é como se levantar todos os dias tal horário para se regar uma plantinha, se houver as repetições, se houve a crença, se houver o amor, esta plantinha se tornará uma árvore, só depende da gente mesmo.
Um outro aspecto importante de se destacar: Hoje vemos as pessoas comprando igbás prontos e enormes, com tantas coisas e muitas das vezes coisas até desnecessárias, será que isso é preciso? Será que devemos tirar mais da natureza do que o necessário para a nossa religião?
Também algo totalmente intolerável referente a este assunto é que, o seu igbá contém pertences de ligação que representam o seu Òrìsà, e falar o que contém dentro deste seu igbá é muito sério, é totalmente proibido, seria o mesmo que contar o seu maior segredo, aquele que você esconde até de você mesmo. O candomblé é cheio de segredos, e todos nós carregamos conosco este segredo individual, não deixemos nossa religião se banalizar! Sim, sabemos que em muitos asès, o filho de santo não tem acesso ao seu igbá, e vendo por este lado, acreditamos muitas vezes, que estejam corretíssimos os Bàbás e Ìyás em agirem desta forma.

Cargos - Roça de Candomblé

Cargos numa Roça de Candomblé
Olóyès
- Ogãns e Àjòiès
- Iyalorixá/Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo, é o posto mais elevado do ILê; tem a função de iniciar e completar o ato de iniciação dos olorixás.
- Iyaegbé/Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia. Posto paralelo ao da Iyalorixá ou Babalorixá.
- Iyalaxé: Mãe do axé, a que distribui o axé. É quem escolhe os Oloyes de acordo com as determinações superiores.
- Iyakekere: Mãe pequena do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos no Ilê.
- Ojubonã: É a mãe criadeira.
- Iyamoro: Responsável pelo Ipadê de Exú. Junto com a Agimuda, Agba e Igèna.
- Iyaefun/Babaefun: Responsável pela pintura dos Iyawos.
- Iyadagan: Auxilia a Iyamoro e vice-versa. Também possui sub-postos Otun-Dagan e Osi-dagan.
- Iyabassé: Responsável no preparo dos alimentos sagrados. Todos Olorixás podem auxilia-la, sendo ela a única responsável por qualquer falha eventual.
- Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando. E usa toalha de Orixá no ombro.
- Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos em obrigações de "cantar folhas". Geralmente filhas de Oxun.
- Aiybá: Bate o ejé em grandes obrigações. Tem sub-posto Otun e Osi.
- Ològun: Cargo masculino, despacha aos Ebós das grandes obrigações, a preferência é para os filhos de Ogun, depois Odé e Oluwaiyê.
- Oloya: Cargo feminino, despacha os Ebós das grandes obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
- Mayê: Mexe com as coisas mais secretas do Axé, ligadas a iniciação do Adoxú.
- Agbeni Oyê: Posto paralelo a Mayê, divide a mesma causa
Oyê: Se relaciona com a Yaefun/Babaefun; ou seja, coisas de AWO para iniciação.
- Olopondá: Grande responsabilidade na inicição, no âmbito altamente secreto.
- Iyalabaké: Responsável pela alimentação do iniciado, enquanto o mesmo se encontrar de obrigação.
- Kólàbá: Responsável pelo Làbá, simbolo de Xângo.
- Agimuda: Relação com o Ipadê de Exú. Aquela que carrega a espada. Titulo feminino usado no culto de Oya e Geledé.
- Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
- Iyasíhà Aiyabá é quem segura o estandarte de Oxalá.
- Omolàra: Posto de confiança.
- Sarapegbé: Mensageiro de coisas civis e de awo.
- Akòwé Ilê Xangô: É a Secretária da casa de Xângo. Zelo, Orô e compras.
- Babalossayn: Responsável pela colheita das folhas. Cargo de extrema importância.
- Axogun: Responsável pelos sacrifícios. Traz axé de Ogun. Trabalha em conjunto com Iyalorixá/Babalorixá, Oloyês e Ogans. Não pode errar. Responsável direto pelos sacrifícios do ínicio ao fim do ato. Soberano nestas obrigações, é quem se comunica com o Orixá para quem se destina a obrigação, transmitindo à Iyalaxé as respostas e mandamentos. Deve ser chamado de Pai. E também possui sub-posto Otun e Osi.
- OgaláTebessê: Dono dos toques, cânticos e danças. Trabalha em conjunto com o Alagbê, possui sub-posto Otun e Osi.
- Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos Ilùs, os instrumentos musicais sagrados. Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a ALVORADA mais ou menos 40 min. Se um autoridade de outro Axé chegar ao Ilê, o Alagbê, tem de lhe prestar as devidas homenagens "dobrar o Ilù" oferecer até sua própria cadeira. Também possui sub-posto Otun e Osi.
- Alagbá: Ambito civil do Axéxe Àjòiè: Camareira do Orixá. Ekédi.
- Ojuoba: Posto de honra no Ilê Xangô e possui sub-posto Otun e Osi.
- Teololá: Aquela que acompanha os Obas de Xangô.
- Sobalóju: Título masculino e feminino. Sendo o mais importante e atraente, o preferido do rei.
- Mawo: Grande confiança.
- Balógun: Título ligado ao Ilê Ogun.
- Alagada: Ogan que cuida das ferramentas de Ogun.
- Balóde: Ogan de Odé.
- Aficodé: Chefe do Aramefá (6 corpos) ligado ao Ilê Odé.
- Ypery: Ogan ou Àjòiè de Odé
- Alajopa: Pessoa de Odé, que leva a caça para ele.
- Alugbin: Ogan de Oxalufan e Oxaguian que toca o Ilù dedicado a Oxalá.
- Assogbá: Ogan ligado ao Ilê Omolú e cultos de Obaluaiye, Nanã, Egun e Exú.
- Alabawy: Pessoa que trabalha na área jurídica e que cuida dos interesses civis do Axé.
- Leyn: Pessoa do Ogun ou Odé, que zela Ogun.
- Alagbede: Pessoa que trabalha no ramo de ferro e metais e forja as ferramentas do Axé.
- Elémòsó: Ogan ou Àjòiè de Oxaguian, ligados ao Ilê Oxalá.
- Gymu: Àjòiè de Omolu, que cuida de tudo que se relaciona a Omolu, Nanã e Ossany.
- Kaweó: Ligado ao Ilê Ossaiyn.
- Ogòtún: Ligado ao Ilê Oxun.
- Oba Odofin: Ligado ao Ilê Oxalá.
- Iwin Dunse: Ligado ao Ilê Oxalá.
- Apokan: Ligado ao Ilê Omolú.
- Abogun: Ogan que cultua Ogun

Orixá Arony

Orixá Arony

Existe muita contradição nas informações sobre este Orixa, uns dizem que ele é um velho feiticeiro, outros dizem que ele ele é um anão escravo de osayn, e outros ainda dizem que ele não é um ser humano e sim um um espírito de uma arvore tal como Yroko, e ele teria sido o Professor de Osayn.
A aparência de Arony é muito peculiar, ele possui um olho maior que o outro, uma orelha maior que a outra, é viciado em seu cachimbo, tem uma perna só porque como sendo um espírito da mata, ele tem semelhanças com as arvores que possuem um só tronco.
Seu culto se dá junto ao do Orixa Osayn, os dois oriundos da cidade de Yraô na África. Arony não é escravo de Osayn, eles são amigos e companheiros.
Todos os segredos das ervas estão guardados nas cabaças de Arony, orixá teimoso e zombeteiro que mesmo sendo muito velho pode vir a se comportar como uma criança, arteiro e brincalhão.
Arony é Orisha da família das palhas.

Oya Nira

Oya Nira

Nascida de um feitiço feito por Aganjú e Ypondá na Gamela com um casulo de Libélula, ela é tida como uma Ninfa D’água, ONIRA !
Conhecida como a Rainha de ‘Irá’, onde passa o Rio que lhe pertence, ela lidera uma Sociedade com Maestria e pulso firme, Guerreira e Arrojada nas Atitudes e Decisões, cede quando o assunto é Amor, as filhas deste Orisá tendem a sofrer nas questões Amorosas, onde Onira lança mão do auxílio de Egungun, onde ela recebe um Título de ‘Onira Gan’, a predileta dos Egunguns, os mesmos a respeitam e atendem de pronto!
Ainda muito Jovem conviveu com Opará nas águas onde aprendeu os Mistérios da Magia e da Guerra e período que Onira agracia Opara com o epíteto de ‘Hunjebê’, haja vistas, ter ensinado a arte da guerra e magias.
Onira, após sua caminhada pelo mundo e conquistado várias Batalhas recebeu como paga a Liderança da cidade de Irá e herdou do Pai Aganjú o Dom do Fogo que afugentava os inimigos, que na maioria das vezes tentavam atacar sua cidade através dos Rios, porém ela ao se dar conta da artimanha do inimigo, lançou mão do seu Dom com o Fogo e fazia com que toda a extensão do Rio de Irá fosse tomado por uma forte labareda de fogo, onde então ela fica conhecida como ‘Onira, o Rio de Fogo!”
Adoradora das Jóias e tecidos coloridos, tem como fauna sagrada e mística o ‘Paturi’ que faculta-lhe o encanto é a Dona da Pedra de Lima (Pedra que Ogun utilizava para amolar os Obés) roubada por Onira após observar a forma como Ogun afiava suas Adagas!
O santo Gbóró que passa a caminhar com Onira após o desencanto com Ogun, foi Oxosse!

O SIGNIFICADO DO QUELÊ

O SIGNIFICADO DO QUELÊ
O Quelê
Ele é o símbolo de aliança com o orixá. Suas contas e firmas tem todo um significado. Geralmente são 21 contas e 7 "pernas". as 21 contas são referentes aos 21 dias que o yaô carregará e 7 "pernas" ou fios, fazem simbologia aos 7 anos que o yaô estará em estado de aprendizagem. O quelê também dizia os antigos protegia e acompanhava o resguardo desse filho e caso ele quebrasse algum fio ou estourasse, poderia ser porque o filho quebrou alguma ewó (quizila) ou alguma energia muito ruim pelo qual o yaô passou e foi protegido.
O Branco
A cor branca no candomblé, é marcante, ela representa a paz, a mudança e principalmente a transformação. Pois segundo as lendas, ser iniciado no orixá, é ganhar um novo destino. Eu já vi casos de zeladores que quebram o branco, para que o filho possa trabalhar. Não é mais mistério para ninguém, pois eu mesmo já vi na rua, yaôs de roupa colorida e de quelê, se errado? não sei. A minha opinião é que o período de yaô é pequeno, então porque não se dedicar inteiramente? Caso o yaô trabalhe em um lugar que tenha uniforme ou algo assim, acho que o zelador tem que ter o bom senso, mas saindo dali, o yaô deve colocar a sua roupa branca, cobrir sua cabeça e colocar seus fios de conta sim. E hoje como tantas lojas de departamento, temos uma variedade enorme de roupas brancas, assim não tem como ficar mal vestido ou não encontrar roupa.
Paó

Paó é a repetição de palmas coordenadas de 3 para 7 palmas em 3 vezes. Eu já ouvi vários significados, porém o que acho mais prudente, é que o paó é uma reverência ao orixá, usada para não só reverenciar, mas afastar o mal e trazer uma energia positiva. É usado, antes de todas refeições, e quando vamos dar adobá para nossos mais velhos e nos axés da casa.
A Alimentação
Essa questão é outra importante, os condimentos como pimenta e seus derivados, alho e carne vermelha, são ewós (quizilas) do orixá. Assim como as frutas cítricas. Durante o recolhimento a alimentação é bem especifica, e quando seguimos para continuar nosso preceito algumas coisas também se mantém. Por isso converse bem com seu zelador e liste aquilo que você pode ou não. Como eu digo ser do orixá é vestir a camisa. Então mesmo que algo não faça sentido para você, siga, pois temos uma cultura muito rica e com o tempo, começamos a entender.
O Banho
A higiene pessoal é à base de água e sabão da costa, ou em alguns casos, sabão de coco. E durante o período de yaô não tomamos banho de água corrente. É para muitos é sacrifício, para quando estamos alinhados com o orixá, entendemos que passar por isso é maravilhoso, nos damos conta que acabamos criando uma importância tão grande a coisas que conseguimos tranquilamente viver sem, é quando damos conta que o orixá quer nos ensinar exatamente isso. Que nós criamos tantas coisas que não precisamos, enquanto esquecemos das verdadeiras coisas que importam, que é o amor ao orixá e ao próximo.
A Postura do Yaô

Como já disse em outras postagens, o período de quelê, nos ensina muito, e humildade é a maior das lições. A postura do yaô deve ser sempre de cabeça baixa, não passar das 21h na rua, sempre calmo, sereno, falar baixo. Pois temos que entender que ele ou até mesmo nós, estamos dedicados e voltados ao orixá. Que humildade é essa se o yaô está de cabeça alta, falando besteira ou rindo alto, e o respeito pela aquela aliança que está em seu pescoço. Não é tortura nem muito menos escravidão, é DEDICAÇÃO. Tendo em vista que ninguém está ali obrigado.
Os lugares onde o yaô não deve ir
Durante esse período ficam vetados:
Matadouros : Pois neles, tiram-se elementos da natureza sem que haja nenhum ritual, nenhum pedido de licença a natureza.
Hospitais : Lá existe todo tipo de pessoas, e a presença forte de Ikú (a morte), e essas energias não são apropriadas a esse período
Cemitério : a mesma coisa que a anterior.
E também lugares onde haja muita movimentação de bebida, cigarro e bagunça.
Um conselho que posso dar, é que você aproveite ao máximo a época de quelê e mesmo os 7 anos de yaô, eles não voltam. Faça tudo para aprender para que um dia possa ensinar. Quem não é um bom yaô, nunca vai ser um bom egbomi ou um bom zelador. Essa vivência é importantíssima para o crescimento espiritual e material também, afinal quando estamos alinhados com o orixá, com o universo, tudo dá certo, mesmo que você passe por problemas, tenho certeza que o orixá traçará caminhos para você. E tenho certeza que sua vida fisicamente e espiritual
Mudará axé! A todos!

Matéria Retira da Página do Facebook Pai Toninho de Xamgo 

Festa de Odé 2015

Obrigado a todos pelo carinho e dedicação a festa de pai Odé... Parabenizando 1 ano de Karen Ty Osum - 1 ano de Kauã Ty Xamgo - 5 anos de Gustavo Ty Ayra (Baba Oju Oba) - 5 anos de Célia Ty Oba e Iniciação de Tiago Ty Osaguian.